
Fazia um tempo que Black Mirror aparecia pra mim no catálogo, mas, sabe-se lá por qual motivo, não me despertava interesse. Depois que alguns amigos confirmaram valer a pena assistir, resolvi apertar o play. Por isso eu prezo tanto pelas indicações e faço o mesmo com vocês. Às vezes, a gente só precisa de um empurrãozinho para conhecer uma coisa bacana.
Black Mirror não tem uma sinopse, nem elenco fixo ou uma história que você tem que acompanhar desde o início para entender. Sim, isso mesmo! E esse é um dos aspectos positivos da série! Cada episódio é uma trama diferente e parece um filme com começo, meio e fim. Portanto, se você não quiser seguir a ordem e decidir conferir um da primeira temporada, depois um da segunda, voltar para a primeira e partir para a terceira temporada… fique à vontade! Não fará diferença.
Em geral, a ambientação é futurista, mas não em um futuro tãaaao impossível e distante de nós. Ao contrário. Esse “futuro” é só um pano de fundo para fazer críticas bem inteligentes (e não tão óbvias) sobre a sociedade atual, nosso comportamento a respeito de “likes”, internet, a vida vigiada por câmeras, falta de privacidade, o quanto as pessoas valorizam o grotesco e a humilhação e por aí vai.
Só para dar um gostinho, vou fazer um resuminho do episódio 1. A princesa da Inglaterra é sequestrada e o bandido diz que vai matá-la e postar o vídeo no Youtube. Somente uma ação poderá salvá-la: o Primeiro Ministro deverá transar com um porco em rede nacional. E aí? O que você acha que vai acontecer? As pessoas dariam ibope se fosse necessário tomar essa atitude pra deixar a princesa sã e salva? Pois é… o caso é complexo.
As temporadas são curtinhas. A primeira tem 3 episódios, a segunda tem 4 e a terceira (produzida pela Netflix) tem 6. A duração varia, mas é, em média, uma hora em cada um.
Para quem gosta de séries de ficção científica, que levantam bons questionamentos e não se apegam a uma história linear, fica a indicação.