Ele Está de Volta

Até o momento, acho que esse foi o filme que mais me deu (e ainda está dando!) trabalho para opinar. Eu gostei muuuuuito de um aspecto dele, mas não curti outro. E aí? Como classificar o que eu senti? Queria poder usar dois carimbos, mas como não posso, tive que recorrer a uma das coisas que mais detesto na vida (a matemática) e fiz uma média. Para não complicar, deixei no meio termo. Vou explicar os motivos da minha indecisão.

Hitler acorda em pleno 2014! Ninguém o reconhece, ninguém o reverencia e o mundo está completamente mudado. Para todos os efeitos, ele é um cara que imita muito bem o ditador e nunca sai do personagem. Fabian, um cineasta freelancer, perde o emprego numa grande emissora de televisão. Quando encontra Adolf, percebe que aquele “comediante” pode ser sua grande chance. Todos na emissora o adoram e o líder nazista vira campeão de audiência nos programas de entrevista, nos canais do Youtube e nos sites e as pessoas param para ouvir o que ele tem a dizer.

Indecisão positiva:

A história é muito boa e a crítica à sociedade é simplesmente incrível. Embora seja um filme mesmo, com atores, cenário e tudo mais, tem falas reais de pessoas comuns. O cara, vestido de Hitler, aparece com uma equipe filmando tudo, perguntando o que acham da política atual e é chocante ouvir o que elas dizem. Ver como o mesmo pensamento preconceituoso, sobretudo com imigrantes, não mudou em nada nesses últimos 70 anos. Gente… e tudo o que esse cara fez? Será que ninguém mais olha para o passado para mudar o futuro? Mas… basta olhar os políticos e candidatos que existem por aí (no Brasil e no mundo) e ler os jornais para termos a certeza que as coisas continuam iguais, apenas de forma velada em alguns casos. Se Hitler aparecesse MESMO hoje, ele também teria tido sucesso. Quem sabe até mais que antes com a facilidade que a mídia alcança. É esse alerta o ponto chave do filme.

Indecisão negativa:

O ritmo de um filme é muito importante e, particularmente, tem um peso enorme. Ele Está de Volta começa dando uma ideia de que vai ser uma comédia pastelão. Ok… tem umas passagens com humor mais ácido. Hitler procurando sobre ele e sobre “como dominar o mundo” no Google é engraçado. Me lembrou “Pink e o Cérebro” 😛 Mas na verdade é um drama. E um drama sério! Por mais que eu estivesse achando interessante, 30min depois eu já estava entediada. É muito lento! Em alguns momentos, batia o tédio e eu ia conferir quanto tempo ainda restava. Quando eu via que faltava muito, dava uma certa agonia. Pra mim, foi um pouco difícil resistir até o final.

Então, nessa conta de somar os pontos e dividir por dois, achei mais justo dizer que é BACANA, afinal, a crítica é muito boa pra não ser levada em conta. E por essa reflexão que o filme traz, eu deixo a indicação. Mas… em quesitos de entretenimento… talvez não seja a melhor opção. Na verdade, vai depender muito do que você está afim de assistir, não é verdade? 😉