
A Netflix anda arrasando nas suas séries originais. E acho que essa ideia de segmentar por décadas anda dando certo. Primeiro com Stranger Things, que se passa nos anos 80. Agora com Get Down nos anos 70. Qual será a próxima? 😛
A temporada é bem curtinha e tem só 6 episódios. Em média, duram 50 minutos, mas existem dois deles que são mais longos e chegam a ter 1h15min. Mesmo assim, fazendo uma maratona ou assistindo um por dia, você termina rapidinho. O problema é depois que acaba. Esperar até o ano seguinte pela próxima temporada é sempre uma aflição.
A história se passa em 1977 em uma Nova Iorque completamente falida, violenta e dominada pelas drogas. E o Bronx era o bairro mais barra pesada de toda a cidade. É lá que mora Mylene, a filha de um pastor casca grossa. A menina canta muito e é doida para se tornar a nova Disco Diva. Quem é apaixonadão por ela é Ezekiel, um órfão criado pela tia e que manja muito nas rimas e nos arranjos musicais. Ele tenta impressionar a gatinha na boate Los Infernos, mas Mylene dá um fora dizendo que não quer ninguém a distraindo ou atrapalhando sua jornada ao estrelado. É aí que Ezekiel conhece o pichador Shaolin e ele lhe apresenta o Get Down, um espaço destinado à batalhas de Hip Hop.
Apertei o play imaginando que seria uma série completamente musical pelo o que a Netflix andava divulgando. Sei lá… algo meio Glee dos anos 70. Quando assisti ao episódio piloto pela primeira vez, achei um pouco chato. É o mais longo de todos os episódios e até a metade não tinha me empolgado com a história. Enrolava muito pra apresentar os personagens e nada muito interessante acontecia. No dia seguinte, resolvi dar uma chance e arriscar. Exatamente da metade para o final eu fui curtindo e despertou a vontade de ver os próximos. Foi me interessando em saber o que aqueles garotos iriam fazer para escapar dos perigos, da criminalidade, se eles iriam conseguir se dar bem no mundo da música e por aí vai. No terceiro episódio eu já estava apaixonada!
Na verdade, o foco da série não é tanto as apresentações musicais, mas os problemas dos personagens. É mostrar que de um ambiente marginalizado pode sair muita coisa boa, muita gente talentosa disposta a mudar a sua própria realidade. E ainda conta pra gente um pouco do surgimento do Hip Hop.
The Get Down pode ser ideal para quem gosta de musicais, de séries com poucos episódios, romances adolescentes e histórias de pessoas que fazem de uma situação dura uma maneira de vencer na vida. Fica a indicação.